sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Menina que Roubava Livros



- UMA PEQUENA TEORIA -
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim,
mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de
uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.



Trecho do livro que estou lendo, 'A Menina que Roubava Livros' de Markus Zuzac. Neste trecho, assim como em todo o livro, a narradora é a morte. Quando a morte conta uma história, vale a pena ler... estou gostando muito, recomendo!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

só pra postar mesmo


trilha da semana: Trilha sonora do filme "Adeus, Lenin", que é muito bom diga-se de passagem. A trilha é do Yann Tiersen, o mesmo de "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain". Linda, pra quem gosta de música instrumental!

filme da semana: "Marley e Eu". Após ouvir comentários de pessoas que passaram mal no cinema de tanto chorar, eu achando que era exagero e sentimentalismo bobo, fui assistir... não posso nem lembrar muito do filme que choro! E não, as pessoas não exageraram. Quem gosta e tem cachorro, entende exatamente a história e o sentimento do filme. Mas tirando a choradeira, é uma ótima comédia romântica, dá pra rir bastante também!

Após um post anterior meio depressivo e muito sério para a minha pessoa, Mafalda para descontrair!


ando tão pensativa ultimamente...


Voltei à blogosfera! Após uma segunda quinzena bastante turbulenta, estou de volta à minha rotina (se é que tenho uma). Apesar de ter presenciado diversas coisas não habituais esses dias, ando pouco criativa. Triste não, introspectiva e pensativa se enquadram melhor.

Engraçado como algumas coisas nos atingem de maneiras inexplicáveis. Estou há alguns dias pensando sobre isso... não sei por quê, mas estou.

Minha mãe estava com um problema de saúde, e ficou uns dias internada (ela está bem agora). Por quase dez dias, passei noites em claro no hospital, que com certeza não é dos ambientes mais agradáveis. Não dormia, já sou naturalmente insone, e me sentia na obrigação de velar o sono da minha mãe, mesmo que não precisasse. Foram quase que "horas diárias de reflexão", pois se alguém souber o que fazer de madrugada em um hospital, me fala por favor.

Enfim, voltando ao assunto do post, no segundo quarto após o da minha mãe, havia um senhor, que segundo informações (da minha mãe e da minha tia) estava muito doente, os médicos haviam lhe dado cerca de 12 horas de vida. Não havia mais nada a fazer.

No outro dia, quarta-feira, esse senhor morreu. Eram cerca de sete horas da manhã, eu como estava acordada, ouvi somente os choros. Não sei o nome do senhor. Não vi o rosto de nenhum familiar. Não sei de que ele morreu, ou onde foi enterrado. Não soube nada dele. Porém, despertou em mim um sentimento inexplicável, não sei falar o que é. Tristeza? Talvez um pouco... mais pela situação que pela pessoa talvez, pois como falei, nem conhecia. Medo? Angústia? Melancolia? Acho que não, saberia identificar. Senti algo novo.

Após passar alguns dias, ainda penso nisso. Penso no senhor. Penso na família dele. Penso também sobre o que senti, e percebo que mais do que o fato da morte do homem do quarto vizinho, a proximidade da morte é algo que assusta. Ele com certeza está melhor que a gente agora, e bem melhor que antes, pois suponho que viver "desenganado" não deve ser nada agradável. A família provavelmente está mal, só o tempo deixará as coisas melhores. Ou não, vai saber como é esse povo.

Menos de 24 horas depois, lençóis trocados, chão limpo, e um novo paciente com parentes desconhecidos já habitavam o quarto do senhor falecido. A rotina do hospital continua. Uns morrem, outros voltam para casa, outros ficam tanto tempo que praticamente se mudam.

Lá é normal isso acontecer. E eu, acho isso normal?