sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quase

Quase "matei" esse blog. Quase. Porém encontrei um pouco da minha vida em alguns textos anteriores, me faltou coragem. É bom relembrar algumas fases por qual passamos, preferi, então, salvá-lo, mantendo minha proposta da terapia textual, de onde surgiu a ideia do blog.

Estou quase conseguindo falar sobre meus sentimentos. Quase. Continuo divagando páginas sobre qualquer coisa que eu conheça, ainda mais agora que ando mais formal e prolixa como nunca (profissionalmente falando), mas um mísero parágrafo sobre o que sinto até sai, mas sai sofrido.

Na verdade detesto essa coisa de quase. Ainda mais eu, tão racionalmente impulsiva. Isso mesmo, racionalmente impulsiva, qualquer hora falo sobre. O quase me soa como uma espécie de fracasso, de covardia. "Eu quase liguei" "Eu quase comprei aquela blusa" "Eu quase viajei"... Tem gente que mergulha numa vida quase, que quando assusta, passou, virou "já era" e ela nem viu.

Mas o quase, nesse caso, está sendo válido. Sinal que eu mudei. Estou indo, qualquer hora eu chego. Quem sabe não está é faltando um empurrão de alguém?

"É curioso que não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto, como o que sinto se transforma lentamente no que digo."

(Clarice Lispector)

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